16. Leia o trecho a seguir.
Todo ponto de vista é a vista de um ponto - Ler significa
reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta
a partir de onde os pés pisam. Todo
ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber
como são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma
releitura. A cabeça pensa a partir de
onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de
quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências
tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da
morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma
interpretação.
Fonte: BOFF, Leonardo. A águia e a galinha. 4ª ed. RJ:
Sextante, 1999.
A expressão “com
os olhos que tem”, no texto, tem o sentido de:
a) enfatizar a leitura.
b) incentivar a leitura.
c) priorizar a leitura.
d) individualizar a leitura.
e) valorizar a leitura.
17. Leia o trecho a seguir.
Eu tenho um
sonho
Eu tenho um sonho
lutar pelos direitos dos homens
Eu tenho um sonho
tornar nosso mundo verde e limpinho
Eu tenho um sonho
de boa educação para as crianças
Eu tenho um sonho
de voar livre como um passarinho
Eu tenho um sonho
ter amigos de todas raças
Eu tenho um sonho
que o mundo viva em paz
e em parte alguma haja guerra
Eu tenho um sonho
Acabar com a pobreza na Terra
Eu tenho um sonho
Eu tenho um monte de sonhos...
Quero que todos se realizem
Mas como?
Marchemos de mãos dadas
e ombro a ombro
Para que os sonhos de todos se realizem!
Fonte:
SHRESTHA, Urjana. Eu tenho um sonho. In: Jovens do mundo inteiro. Todos temos
direitos: um livro de direitos humanos. 4ª ed. São Paulo: Ática, 2000, p.10.
No verso “Quero que todos se
realizem” (v. 19) o termo sublinhado refere-se a:
a) direitos.
b) sonhos.
c) homens.
d) amigos.
e) todos.
18. Leia o trecho a seguir.
A fadiga da informação (fragmento)
Há uma nova doença no mundo: a fadiga da informação. Antes
mesmo da Internet, o problema já era sério, tantos e tão velozes eram os meios
de informação existentes, trafegando nas asas da eletrônica, da informação, dos
satélites. A Internet levou o processo ao apogeu, criando a espécie dos
internautas e estourando os limites da capacidade humana de assimilar os
conhecimentos e os acontecimentos desse mundo. Pois os instrumentos de
comunicação se multiplicam, mas o potencial de captação humana – do ponto de
vista físico, mental e psicológico – continua restrito. Então, diante do
bombardeio crescente de informações, a reação de muitos tende a tornar-se
doentia: ficam estressados, perturbam-se e perdem a eficiência no trabalho. Já
não se trata de imaginar como esse fenômeno possa ocorrer. Na verdade, a
síndrome da fadiga da informação está em plena evidência, conforme pesquisa
recente nos Estados Unidos, na Inglaterra e em outros países, junto a 1300
executivos. Entre os sintomas da doença apontam-se a paralisia da capacidade
analítica, o aumento das ansiedades e das dúvidas, a inclinação para decisões
equivocadas e até levianas.
Fonte: MARZAGÃO, Augusto. In: DIMENSTEIN, Gilberto. Aprendiz
do futuro: cidadania hoje e amanhã. São Paulo: Editora Ática, 1999.
A síndrome da fadiga da informação
ocorre porque:
a) a internet é muito rápida nas
informações que veicula.
b) a captação humana de informações é restrita e a oferta é infinita.
c) os meios de informação geram ansiedade em seus usuários.
d) os instrumentos de comunicação conduzem a decisões erradas.
e) a capacidade humana se paralisa dado o volume de conhecimento.
19. Leia o trecho a
seguir.
A chuva
A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios. A chuva molhou os
transeuntes. A chuva encharcou as praças. A chuva enferrujou as máquinas. A
chuva enfureceu as marés. A chuva e seu cheiro de terra. A chuva com sua
cabeleira. A chuva esburacou as pedras. A chuva alagou a favela. A chuva de
canivetes. A chuva enxugou a sede. A chuva anoiteceu de tarde. A chuva e seu
brilho prateado. A chuva de retas paralelas sobre a terra curva. A chuva
destroçou os guarda-chuvas. A chuva durou muitos dias. A chuva apagou o
incêndio. A chuva caiu. A chuva derramou-se. A chuva murmurou meu nome. A chuva
ligou o pára-brisa. A chuva acendeu os faróis. A chuva tocou a sirene. A chuva
com a sua crina. A chuva encheu a piscina. A chuva com as gotas grossas. A
chuva de pingos pretos. A chuva açoitando as plantas. A chuva senhora da lama.
A chuva sem pena. A chuva apenas. A chuva empenou os móveis. A chuva amarelou
os livros. A chuva corroeu as cercas. A chuva e seu baque seco. A chuva e seu
ruído de vidro. A chuva inchou o brejo. A chuva pingou pelo teto. A chuva
multiplicando insetos. A chuva sobre os varais. A chuva derrubando raios. A
chuva acabou a luz. A chuva molhou os cigarros. A chuva mijou no telhado. A
chuva regou o gramado. A chuva arrepiou os poros. A chuva fez muitas poças. A
chuva secou ao sol.
Fonte:
ANTUNES, Arnaldo. As coisas. São Paulo: Iluminuras, 1996.
Todas as frases do texto começam com "a chuva".
Esse recurso é utilizado para
a) provocar a percepção do ritmo e da sonoridade.
b) provocar uma sensação de relaxamento dos sentidos.
c) reproduzir exatamente os sons repetitivos da chuva.
d) sugerir a intensidade e a continuidade da chuva.
e)
mostrar a falta de criatividade do escritor.
20. Leia os
textos abaixo.
Texto I
Carta
(Fragmento)
A terra não pertence ao homem; é o homem que pertence à terra. Disso temos certeza.
Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo
está relacionado entre si. O que fere a terra fere também os filhos da terra.
Não foi o homem que teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma.
Tudo que ele fizer à trama, a si próprio fará.
Fonte:
Carta do cacique Seattle ao presidente dos EUA em 1855. Texto de domínio
público distribuído pela ONU.
Texto
II
Dicionário de Geografia
(Fragmento)
Segundo o geógrafo Milton Santos: “o espaço geográfico é a natureza modificada
pelo homem através do seu trabalho”. E “o espaço se define como um conjunto de
formas representativas de relações sociais do passado e do presente e por uma
estrutura representada por relações sociais que estão acontecendo diante dos
nossos
olhos e que se manifestam através de processos e funções”.
Fonte:
GIOVANNETTI, G. Dicionário de Geografia. Melhoramentos, 1996.
Os dois textos diferem, essencialmente, quanto:
a) à abordagem mais objetiva do texto I.
b) ao tema geral abordado por cada autor.
c) ao rigor científico presente no texto II.
d) ao sentimentalismo presente no texto I.
e) ao público a que se destina cada texto.